
Em seis meses, Caxias do Sul registra 64 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Até a tarde desta quinta-feira (12), o quantitativo divulgado no de Hospitalizações da Secretaria Estadual de Saúde, era o maior do Estado, superando a capital Porto Alegre, que tem 62 óbitos até o momento.
O total já corresponde a 43% dos 148 óbitos registrados em todo o ano ado. Desse grupo, 57,8% são mulheres, enquanto 42,2% são homens. A maior parte dos óbitos ocorreu entre idosos: 28 vítimas tinham mais de 80 anos e 26 estavam na faixa dos 60 aos 79.
Ainda conforme o , a maioria das mortes (mais de 70%) foi causada por SRAG sem causa identificada — quadro que pode ser provocado por vírus, bactérias, fungos ou outros agentes infecciosos. A segunda maior causa foi a influenza que vitimou nove pessoas, seguida pela Covid-19, que causou quatro óbitos.
O que explica a liderança
Conforme a diretora técnica da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Magda Beatriz Teles, diferentemente do ano ado, quando os óbitos relacionados à SRAG ocorreram de forma distribuída, o fim de abril e a primeira quinzena de maio registraram um pico de mortes na cidade.
— Estávamos mantendo estabilidade e, em questão de duas semanas, os casos de internação e mortes dobraram tanto no setor público, quanto no privado. Como a nossa estrutura estava preparada, conseguiu realizar os atendimentos. Agora, não vemos crescimento exponencial como antes, o que indica uma tendência de manter o padrão — aponta.
Magda também aponta que população mais velha, característica da Serra Gaúcha, tem grande concentração em Caxias do Sul, o que leva a maior número de internações e consequentemente mais mortes. Segundo o Censo de 2022, o número de pessoas acima de 60 anos é de 56,5 mil pessoas, correspondente a 12% dos moradores de Caxias.
— Há uma tendência de pior agravamento pela nossa população mais velha, pela demografia. Mas o que acende o alerta são as nove mortes por influenza, porque nenhuma das pessoas estava vacinada.
Prevenção é possível
Além da vacinação da influenza e Covid-19, disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, Magda alerta para a necessidade de retomar os cuidados aprendidos durante a pandemia.
— Lavar as mãos, manter a circulação de ar no local e principalmente usar máscara em caso de sintomas. Essa ação evita que pessoas com propensão a ficar doentes, como idosos e crianças, fiquem protegidos. O que consequentemente reduz as internações e o risco de morte.
Permanecer afastado e evitar circulação quando os sintomas surgirem, é essencial para não disseminar as doenças. Ainda, caso o quadro piore o indicado é buscar atendimento médico o quanto antes, para evitar chegar no hospital em estado avançado da doença.